LMD- Como foi a reunião?
F- A reunião foi produtiva, pudemos conhecer mais a posição de outros países, como o da Turquia, que não foi muito boa para o nosso país, é, foi uma reunião produtiva, mas ainda tem muito que se conversar, faltaram muitos países, e iria ajudar muito na reunião se todos estivessem aqui.
LMD- Então, a reunião poderia ter sido bem melhor?
F- Podia ter sido melhor com a presença dos Estados Unidos e de outros países. Ia ser melhor para discutirmos e pensarmos bem sobre os temas.
LMD- A União Européia tem uma visão diferente do G20, onde o G20 é mais voltado para a economia e a União Européia é mais “global”. Você acha que é possível se conciliar esse fator econômico do G20 com a União Européia?
F- Com certeza pode para se conciliar sim e, em ambos a França pretende ter parceiros econômicos e ter parceria econômica com o Brasil.
LMD- O BRIC tem sido um bloco muito forte. Você acredita que se aliando com o G20 seria uma aliança com o BRIC, portanto, tendo uma aliança com um dos blocos mais fortes atualmente, mesmo tendo divergência de opiniões?
F- O BRIC, eu não sei falar, na verdade, se tem sido um bloco muito forte, pois eu não faço parte, não tenho muita relação, mas é sempre ter amizade com os países do BRIC mesmo com as divergências, até, pois estamos aí para tentar resolver as divergências entre todos.
LMD- A União Européia passou pro críticas, dizendo que estava desunida. Comente.
F- A União Européia, em geral, se divide um pouco na Assembleia Geral, onde países como Bélgica e Reino Unido pretendem apoiar a clonagem reprodutiva e países como a Alemanha são totalmente contra a clonagem reprodutiva, assim como a França, que é contra todo tipo de clonagem mas que pode ser negociável com a clonagem terapêutica com células tronco, não com embriões. Portanto, nisso está sendo gerado um choque, mas, em geral, nos outros comitês, estamos bem unidos sim.
LMD- A União Européia não teme o tema discutido este ano no conselho de segurança, pois se as tropas saírem do Afeganistão, o Talibã pode chegar ao poder?
F- Sim, pois o Talibã tem feito ameaças frequentes para os países da União Européia, até mesmo diretamente para a França, mas pretendemos retirar as tropas o mais rápido possível, pois, imagine uma pessoa dentro de sua casa, por dez, quinze anos e não está resolvendo nada, então a França e os países da União Européia pretendem retirar totalmente as tropas, mas não imediatamente, e sim gradativamente.
LMD- Em uma coletiva de imprensa você disse que não pretendem tirar todas as tropas, mas sim uma parte das tropas e deixar um pouco para manter a paz. Essa mudança de opinião se deve a que?
F- Não é uma mudança de opinião, a França tem uma opinião de deixar as tropas que estão lá para manter a paz, tanto que a França tem cento e cinquenta soldados que trabalham com a polícia, na formação de policiais para poder estabelecer uma ordem no Afeganistão, para que o país possa ter o seu próprio desenvolvimento, e não que outros países fiquem comandando o país como os Estados Unidos, que 62.415 tropas. É esse número que queremos diminuir.
LMD- Então, você quer reduzir o número dos Estados Unidos?
F- Não só o dos Estados Unidos, mas o número em geral, mas os Estados Unidos tem um número expressivo, então a prioridade é ir abaixando as tropas deles primeiro.
