sexta-feira, 1 de outubro de 2010

“Os americanos são americanos”

Em entrevista exclusiva, delegadas dos Estados Unidos dizem que pretendem mudar a realidade afegã, investindo no país. Comentam o triste episódio da morte de civis na Guerra do Afeganistão, crimes realizados por militares e comentam comparações realizadas entre o governo norte americano em várias situações, entre outros.

Delegadas concederam uma entrevista exclusiva. Confira:

LMD- Obama está sendo comparado ao Johnson por ser democrata e seu governo ser em período de Guerra, exatamente como o 36º presidente dos EUA. A postura dos EUA tanto em relação a guerra do Afeganistão quanto a guerra do Iraque possui inúmeras similaridades com a postura que Johnson tomou na Guerra do Vietnã. Não acha que uma maior flexibilidade nas discussões não seria a melhor atitude a ser tomada? Pois com quase 10 anos de ocupação do afeganistão não atingiu os supostos objetivos estadunidendses, vocês não temem que os EUA fracassem nessa guerra igual fracassaram em 1975?

EUA- Seremos flexíveis em alguns assuntos, mas tem certos assuntos em que não poderíamos sair da nossa estratégia, não podemos sai do nosso objetivo dentro do Afeganistão, então nós estamos com uma cabeça ‘’aberta’’ mas em certos assuntos é impossível que abramos mão.

LMD- Você manterá sua oposição, mas você não vai deixar que nada passe sua posição, e aceitará uma coisa ou outra dos outros países

EUA- Isso, eu acho se eles cederem, podemos ceder também. Certos países vão estar no conselho, com os quais não temos relações diplomáticas, então não adianta que nós cedamos, mas que eles não.

LMD- Existe uma similaridade do presidente Obama com o presidente Johnson? Vendo que ambos eram democratas e estavam em períodos de guerra.

EUA- Com Johnson, na guerra do Iraque, tivemos êxito, e não foi a toa que tiramos nossa tropas de lá, então assim como a guerra do Iraque eu acho que a guerra do Afeganistão também terá êxito, e em 2015 pretendemos ter conseguido. E em relação à guerra do Vietnã, não perdemos a guerra.

LMD- Você falou que, teve êxito na guerra. Nessa guerra o êxito vai ser bem complicado de se conseguir, devido à pressão, a força que o Talibã tem. Você acha que vai conseguir esse êxito nessa guerra?

EUA- Com certeza, é complicado mais não é impossível. Qualquer guerra é complicada, mas os Estados Unidos tem toda capacidade de conseguir.

LMD- E caso vocês consigam, as tropas sairão imediatamente de lá?

EUA- Com certeza.

LMD- Mas vocês não temem que, caso a guerra acabe e suas tropas saiam de lá, as outras tropas do Talibã que estão espalhadas pelo mundo, voltem para tentar reconstruir o terror que está implantado agora?

EUA- O nosso objetivo é bem claro, vamos combater o Talibã, e não sairemos de lá enquanto ele não for combatido.

LMD- Mas, você acha que tem fim o Talibã? Pois é um grupo político, e ter fim um grupo político como o Talibã, que tem uma força muito grande, requer muito esforço.

EUA- Darei um exemplo do partido nazista, ele teve um fim, teve. Existem nazistas até hoje, mas nada disso afeta mais. Então o Talibã vai acabar, e terão alguns talibãs espalhados pelo mundo, mas não irão afetar mais.

LMD- Mulheres são mortas sem motivos no Afeganistão. Como você vê esta consequência social para Afeganistão para esta guerra?

EUA- De maneira alguma isto vai acabar. Isso faz parte de nosso projeto, e ele irá acabar com isso, pois é um desrespeito a mulher afegã, e isso é desumano.

LMD- Mais o Afeganistão é um país conservador, a religião é conservadora você acha que isto pode mudar de um dia para noite, tendo em vista que são muitos anos de cultura?

EUA- O Islamismo desvaloriza um pouco a mulher, só que o Talibã fez da mulher uma pessoa inútil na sociedade. O que faremos é tornar a mulher respeitada exatamente como é no Islamismo, de maneira iremos tirar a cultura deles.

LMD- Mas então, vão manter a cultura e tirar os fatores ruins que acabam com a sociedade?

EUA- Sim, com os que o Talibã criou.

LMD- As realidades da África e do Afeganistão podem ser que comparadas. São lugares muito pobres sem desenvolvimento, não tem tecnologia nenhuma. Você acha que um projeto de resolução pro Afeganistão poderia servir para África, já que elas vivem na mesma pobreza, sem educação e sem desenvolvimento nos dois países?

EUA- Tenho certeza que sim, mas isso seria uma coisa discutida em ECOSOC, porque África não sofre conflitos mundiais e sim de etnia, então não é uma coisa que o conselho de segurança possa ajudar.

LMD- Mas você acha que em seu projeto, que esta sendo desenvolvido, algumas partes dele podem ser úteis no continente africano, visto a singularidade com a discussão afegã?

EUA- Sim poderiam, principalmente para os países da África que são islâmicos também.

LMD- Os direitos humanos são praticamente inexistentes no Afeganistão. Como você vê isso, e pretende acabar com isso como?

EUA- Ainda não trabalhamos em uma cláusula sobre isso para o nosso projeto, mas iremos trabalhar, pois é uma coisa que a ONU diz necessária, e se a ONU diz, o mundo todo deveria respeitar.

LMD- Militares mataram civis por esportes no Afeganistão, mutilaram eles alguns mantinham crânios, dedos como troféu e ainda tentaram forjar que eram terroristas, sendo que eram civis, colocando granadas perto deles para parecerem terroristas. Como você vê isto, tendo em vista se pode piorar a situação do Afeganistão?

EUA- Primeiro, o militar que fez isto estava drogado. Segundo, eu acho muito interessante se o mundo entendesse a pressão que é uma guerra, de você estar lá, lutar pelo seu país, lutar pelo bem de outro povo é uma pressão que talvez cause problemas psicológicos, e as pessoas julgam sem ao menos saber. E não é assim que funciona uma guerra tem gente quem não sabe o conceito de uma guerra e sai julgando os Estados Unidos da forma errada.

LMD- Mesmo assim, não pode causa um sentimento de realista do próprio povo Afegão não tanto só no Talibã.

EUA- Não, o povo afegão já deixou bem claro que eles aprovam nossa permanência lá para proteger eles.

LMD- Mais isto não pode muda um pouco as coisas, já que civis foram mortos por militares que estavam lá para proteger o país?

EUA- Certo, sei que foram militares dos Estados Unidos, mas gostaria que vocês entendessem a guerra em si. Sei que seria uma violação dos direito humanos sei eu falasse que foram um ou dois, se foram um ou dois foram muitos, pois são civis que tem que ter os direitos humanos. Sim, nós reconhecemos nossos erros, só que gostaria que todos (imprensas, nações a ONU) reconhecessem como é a pressão de fazer uma guerra, de estar um uma e estar para defender ali, é uma pressão psicológica.

LMD- Obama ele é um democrata e o governo norte americano é conservador. Você acha que pode ter um conflito relativo a isto, já que o governo e o presidente Obama podem, talvez, não conciliar as opiniões?

EUA- O governo ele é conservador e o Obama ele é um democrata. Eles têm idéias opostas, mas é algo que não vai conciliar. Tem certas discussões, tem esses conflitos entre o governo e o presidente Obama, mas é evidente ver que, por exemplo, as estratégias que o Obama fez para o Afeganistão, nesse momento, são muito melhores que as anteriores dos conservadores, então é interessante ver que existem conflitos, mas, esta melhorando para todos.

LMD- O Afeganistão esta destruído e as pessoas lá não têm como sobreviver, ter uma vida sustentável de maneira nenhuma. Isso não pode ser visto como um motivo para que elas entrem no Talibã para lutar contra vocês? Como a sociedade norte americana vê isto perante uma guerra, já que o país não esta tendo desenvolvimento? Seria possível criar fundos, ou alguma outra ação para desenvolver o país, tornando essa realidade menos cruel?

EUA- Esse é um projeto da França, que foi criado na reunião, mas eu apoio esse fundo para desenvolver o Afeganistão e a quantidade monetária será relacionada com o número de tropas. Na questão do Talibã, as tropas têm a obrigação de evitar que entrem para o Talibã e eu acho que o Talibã não está crescendo, mas sim realizando ataques mais constantes.

LMD- Esse ano foi segundo dados, o ano mais mortífero no Afeganistão. Comente.

EUA- Gostaria de deixar bem claro que a maioria das mortes é de pessoas do Talibã.

LMD- “O incidente elevou para 529 o número de soldados estrangeiros mortos neste ano no país.

EUA- Isso é um ponto positivo, que indica que estamos indo a luta, não estamos lá “dormindo”.

LMD- Isso não está acabando com vidas?

EUA- Gostaria de deixar bem claro que os americanos são americanos.

LMD- Como é possível a maior potência do planeta, que se diz a guardiã dos direitos humanos e da democracia, permitir os abusos e maus tratos aos prisioneiros de Guantánamo?

EUA- Nós não permitimos os abusos

LMD- Existem abusos sim em Guantánamo, tortura, métodos que são usados para descobrir dados de terroristas. Como vocês ainda permitem que isso ocorra que essa tortura ocorra? Isso não fere os direitos humanos?

EUA- Nós não permitimos. Uma coisa é não procurar uma solução, mas não o incentivamos.

LMD- Mas vocês vêem que ocorre e não tomam nenhuma atitude?

EUA- É uma falha no sistema norte americano, pois todos têm falhas.

LMD- Por que Israel não é duramente repreendido pelo governo estadunidense quando ataca acampamentos de palestinos matando crianças indefesas?

EUA- Você acha que devemos julgar outros países? Nós podemos os julgar, mas obrigar a fazer algo, não podemos, pois invadiríamos o espaço deles. Então, nós os julgamos errados, eles estão errados, mas não podemos fazer melhorar, pois se estivesse no nosso país seria diferente. Até por uma questão religiosa, onde os judeus são muito radicais.